Muitas vezes o clínico depara-se com massas de origem ou aparente origem tumoral que é necessário investigar. A realização de biópsias tumorais está indicada quando o tratamento depende do tipo de tumor, quando a extensão das margens da excisão dependem do tipo de tumor, quando o tumor se encontra numa área de difícil reconstrução sendo necessário um planeamento e preparação cuidada do paciente e cliente e quando o tipo de tumor e o seu curso biológico (prognóstico) poderão alterar o envolvimento do cliente e a sua vontade de continuar com o tratamento. A realização de biópsias está desaconselhada quando o tipo do tratamento ou extensão da cirurgia não são afectados pelo tipo de tumor (ex: tumores testiculares, tumores no baço) ou quando o procedimento para obter a biópsia é tão arriscado como a remoção definitiva (ex: tumores intramedulares).
Se decidir por prosseguir com a biópsia, existem várias opções disponíveis, cada uma com vantagens e desvantagens:
"Needle core" - Podem ser virtualmente usadas em qualquer tipo de tumor, desde que acessível à punção. Pode ser usada em lesões externas ou em órgãos internos (rim, fígado, próstata, etc). Estão desaconselhadas em lesões muito necrosadas ou inflamadas e nos sarcomas dos tecidos moles que são muitas vezes ricas em tecido conjuntivo inapropriado para diagnóstico. Pode ser realizada apenas com anestesia local.
"Punch" - permitem retirar fragmentos de tecidos mais largos e menos profundos que as biópsias needle core. Poderão portanto ser usados em tumores externos, planos ou pouco profundos. Massas subcutâneas não devem ser biopsiadas com este método excepto se primeiro for realizada uma incisão cutãnea.
Incisional - são usadas quando nem a bióspia incisional nem a citologia revelaram resultados frutíferos. Também é preferível em tecidos ulcerados ou necrosados pois permite retirar maior quantidade de tecidos. Em tumores grandes, exofíticos e pouco enervados, a biópsia incisional poderá ser útil na medida em que muitas vezes não é necessário anestesia ou sedação. No caso dos tumores orais, as biópsias incisionais em cunha são o método de escolha.
Excisional - deverá ser ultilizada quando o conhecimento do tipo de tumor não altera o tratamento a efectuar. No entanto, é o método mais frequentemente utilizado uma vez que tem a capacidade, em determinados casos, de ser simultaneamente diagnóstico e terapêutico.
Após recolha da biópsia, a peça deverá ser colocada em formol e a ficha de requisição preenchida com o máximo de informação possível. Não se esqueça que a comunicação com o patologista é essencial para um diagnóstico bem sucedido.
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