Por outro lado, a forma efusiva (“húmida”) é mais fácil de diagnosticar, tendo por base a história e exame clínico, análises bioquímicas, e em especial, a análise de efusão. Macroscopicamente, as efusões típicas de PIF apresentam cor amarela, de aspeto turvo e viscoso, contendo por vezes coágulos de fibrina. O teor em proteína é geralmente elevado com diminuições marcadas do rácio albumina/globulina.7 As contagens celulares variam entre 2-6 x 109/L, até contagens superiores a 30 x 109/L8, sendo que citologicamente são encontrados principalmente neutrófilos degenerados, macrófagos, linfócitos e raros plasmócitos.1 O teste de Rivalta foi recentemente proposto como teste de alta precisão diagnóstica de PIF.9 Embora seja uma prova de fácil execução, geralmente utilizada para diferenciar transudados de exsudados, uma reação positiva deve-se à elevada concentração de proteínas, entre as quais fibrinogénio e outras proteínas de fase aguda, que são componentes abundantes em efusões de PIF, mas também em efusões por peritonite bacteriana, pleurite e linfoma.9
Assim estudaram-se efusões peritoneais felinas em 51 casos (20 com PIF e 31 sem PIF) e demonstrou-se que valor de ΔTCN, definido como rácio entre as contagens leucocitárias obtidas nos dois canais (DIFF/BASO), do equipamento de hemocitometria de fluxo Sysmex XT-2000iV, encontra-se aumentado em efusões peritoneais nos casos de peritonite infeciosa felina (PIF). O reagente do canal BASO promove a precipitação proteica com consequente aprisionamento celular devido à formação de microcoágulos de fibrina, sendo que estes coágulos aprisionam os leucócitos levando a uma menor contagem celular face à contagem do canal DIFF. Desta forma é possível obter uma elevada precisão diagnóstica em casos de PIF, com uma sensibilidade de 90% e especificidade de 93.53%. Valores ΔTCN>2.5 apresentam especificidade diagnóstica de 100%.2-10 (Veterinary Clinical Pathology 44/2 (2015) 295–302, American Society for Veterinary Clinical Pathology)
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